30.4.05

existias de noite



Existias de noite como a letra de todo o movimento,
e das estrelas o céu pintado ao fundo,
e distraído às vezes confessava amar a tua pele
como quem quer dizer-te: não morras nunca mais.
Esta noite, outra noite,
esta manhã que nasce pelas frinchas
da janela pequena entreaberta,
por planaltos e vales caprichosos,
lagos azuis, ravinas e pinhais,
irei de vez em quanto perguntando
onde existes? onde estás?
António Franco Alexandre

28.4.05

fim do dia


minha' Alcatruz' Abril 2005


fim do dia que é fim do dia, é também por aqui que se passa...
naquele silêncio de mar e no abraço do calor a invadir-nos a pele por dentro até nos matar, de preguiça!...
sinto-me sempre bem neste lugar, há qualquer coisa minha nesta terra, neste mar.
neste cheiro.
neste fim do dia a lembrar outros e sempre outros...

27.4.05

É certo porque é impossível

Hoje fui a uma conferência de arquitectura. (Mais uma!) mas hoje era especial, porque era com a professora que me ensinou arquitectura, com a professora que me fez gostar da loucura do impossível, da loucura de projectar os sonhos mais audazes. que me ensinou que nas bases de todos os nossos projectos (sendo eles de arquitectura ou não) tem obrigatoriamente de existir um conceito, uma ideia forte que nos projecte e que nos faça fortes com ela. que me ensinou o que nem ela sabe que me ensinou, que me ensinou a olhar para as coisas de outra maneira; para a vida de outra maneira, e para mim de outra maneira. E a conferência até nem correu muito bem, a Mestra Arquitecta Sonia Silva estava nervosíssima até à ponta dos dedos. eu senti uma coisa estranha, e já me aconteceu isso noutras ocasiões. pessoas que gosto e que admiro, nervosas num palco. acontece que fico tremendamente nervosa por elas. como se fosse eu que estivesse ali. mas no meio de todo o nervosismo encontrei a arquitecta que me ensiou as coisas da arquitectura, a matéria e o vazio. Nem sempre aquilo que sabemos e todo o conhecimento que guardamos conseguimos comunicar aos outros da melhor maneira, e há dias mais difíceis.

O outro arquitecto que falou dos seus projectos foi o Arquitecto Ricardo Zuquete. Um dos mais "famosos" professores lá da faculdade. estranho ou não ele nem é muito "famoso" pelos seus projectos, repletos de conceitos repescados e interessantíssimos, mas sim por ser o primeiro professor, "aquele" professor que todos apanhamos quando ali entramos. Lembro-me vagamente das aulas dele no 1ºano, eram às 8h da manhã e por essa altura eu estava sempre meia a dormir e pouquissimo interessada nas conversas tão dinâmicas do professor sensação com os seus olhões azuis e a sua altura a fazer qualquer coisa como dois de mim.
Hoje foi diferente, passaram-se uns anos também, ouvi-o com muito mais motivação. (este post seria só para citar a frase que o fez abrir a conferência e já vai aqui...) O professor Zuquete abriu a conferência com uma frase que fez logo um link dentro de mim para todos estes anos por ali e para tudo o que já aprendi enquanto pessoa. lembrei-me do seu velho habito de levar desenhos de crianças e contos e fábulas e de nos fazer acreditar que o importante era não deixar que a criança cá de dentro adormecesse. a frase falava da impossibilidade das coisas. e de nós, seres imaginativos e capazes de tudo, não termos medo do impossivel, pelo contrário, sabermos conviver com ele lado a lado, na fronteira da loucura. Não me lembro da frase toda ao certo, mas lembro-me de ser uma resposta da Rainha Branca de Lewis Carroll (na Alice no País das Maravilhas) à Alice, quando a Alice diz "Uma pessoa não pode acreditar em coisas impossíveis". A Rainha Branca responde-lhe: "eu ouso dizer que não tens muita prática (...) às vezes acreditei em tanto quanto seis coisas impossíveis antes do pequeno almoço".

(alguém por aí...

... me sabe dizer porque é que já não consigo por fotos aqui??
[uaaaaaaaaaaaa])

há dias em que as palavras são só palavras e as nossas coisas mais facilmente se exaltam em imagens e fragmentos, no silêncio de uma letra branca.

25.4.05

devolve-me o gelaaaaaado

ouvi finalmente na rádio o novo single dos toranja. depois de uma amiga minha me ter falado num refrão que metia gelados pelo meio não consigo não me rir ao ouvi-la.

"devolve-me o gelaaaaaaado meu amor!"

25 de abril s....substituído! :)

não este ano não vou ver nem um dos filmes ou séries que derem sobre o 25 de abril. não vou! já os vi 500 mil vezes, já passei uma noite inteira a ver um dos filmes em "tempo real" (à portuguesa) sobre toda a revolução, já sei a historia de cor, mesmo sem ter estado cá para a viver. continuam a repetir vezes sem conta os mesmos filmes, os mesmos documentários, as mesmas músicas: e com razão porque há quem goste de relembrar, há sempre quem nunca tenha visto, é a história do nosso país, são 31 anos de cravos e de paulo de carvalho, bla, bla bla! mas aqui eusinha este ano não me meto nisso: confesso que cada vez vejo mais o comunismo com olhos cepticos, e talvez por isso nem me apeteça ouvir falar desta revolução, camaradas e mais camaradas, e mais: nem vejo grandes razões para comemorar o nosso país nos dias que correm, estou bem do contra hoje! (e nem percebo nada de política.)

acho que estamos mesmo é precisar de uma mudança, uma nova revolução sem cravos e sem tanques, para mudar mais uma vez a história, está na altura. para comemorarmos outras 'músicas', noutros contextos, noutras "guerras"...
tenho a solução para um portugal melhor :)
que tal manter a botânica e substituir os cravinhos por ervinhas para toda a gente? ? !

“(...)compreender é confundir-se com o outro e arder dentro dele.”

Milan Kundera em
“O Livro do Riso e do Esquecimento”

23.4.05

para ti.



"como se fosse sempre"

para ti.

ainda espero nas noites do silêncio uma sombra de ti, sabes quem es? sei que existes por aí nalgum lugar onde ouves o mesmo silêncio que eu, sei que um dia com olhos claros ou com olhos de sapo esbugalhados vou ser tua e o tempo vai parar em nós voar azul sobre os nossos dias. sei que te encontro quando fecho os olhos, por dentro de dentro de mim. e isso é tanto e tão completamente intocável. a loucura de existir por dentro. ainda espero nas noites longas como hoje, a tua ausência sentida. ainda procuro, naqueles caminhos dos nossos sonhos, esses. ainda procuro a tua mão que me segura. mão de homem, homem, segura, forte. ainda te procuro e nem sei onde vou. e quando o sonho acaba acaba o dia na noite longa, imóvel. tenho um nó cá dentro de outras coisas porque às vezes a vida doi. sabias que mesmo sem querer a vida doi? aprendemos sempre de novo que ninguém faz por mal, mas às vezes a vida doi. deixa-nos desarmados para outras guerras. tenho um nó de estar triste que vai passar porque tudo passa e o caminho é lá à frente. e tu sabes quem és? ja te encontraste? é que eu procuro por ti e nem te conheço os gestos calados, nem o colo que te vou dar, nem o calor do cansaço, nem o sabor do abraço, o sabor de ti nas coisas, nem o canto do riso sincero. e até sei que existes. ou o acreditar perderia todo o sentido.

"a todos os viajantes que ousam chegar
percorrendo um tempo que os move
de forma implacável
com o destino de realizar cada dia
a ternura de um momento.
o ser interminável
abrindo as mão que ardem como o silêncio,
como transpirando aquilo que somos
numa tentativa de viver,
numa tentativa de ousar um amor
que nos acompanha
para além da fronteira das palavras,
nos implora a ser universais
e a viajar na mente.
e tudo

porque existimos."

22.4.05



nesses dias distantes nem suspeitava
a vida pode ser interminável

José Tolentino Mendonça

21.4.05

"enquanto dormes..."

Olhar-te um pouco
Enquanto acaba a noite
Enquanto ainda nenhum gesto te magoa
E o mundo for aquilo que sonhares
Nesse lugar só teu

Olhar-te um pouco
Como se fosse sempre
Até ao fim do tempo, até amanhecer
E a luz deixar entrar o mundo inteiro
E o sonho se esconder

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti

Enquanto dormes
Por um momento a noite
É um tempo ausente que te deixa demorar
Sem guerras nem batalhas pra vencer
Nem dias pra rasgar
Eu fico um pouco
Por dentro dos desejos
Por mil caminhos que são mastros e horizontes
Tão livres como estrelas sobre os mares
E atalhos pelos montes

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti



Nalgum Lugar Perdido, Mafalda Veiga
(esta é, sem dúvida, das letras que mais me tocam fundo...)

18.4.05

ausência



as minhas mãos que te escrevem a desenhar o mundo.
as minhas mãos. as que te escrevem onde te sentas no silêncio dos dias.
o que percorre de ti nas palavras livres
quando és passo a passo dos passos meus.
as minhas mãos e as palavras.
e o que te escrevo no silêncio de nós,
no olhar. nas sombras dos passos a serem teus.
o que te escrevo quando me olhas em silêncio
e olhos dos outros são nada. quando me olhas intacto e
o mundo não desconfia.
as minhas mãos inteiras cruas a escreverem palavras
soltas, inteiras nuas. as tuas.

17.4.05

dentro de mim

Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
E a atenção começa a florir, quando sucede a noite
Esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
Se enchem de um brilho precioso
E estremeces como um pensamento chegado. Quando,
Iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
Pelo pressentir de um tempo distante,
E na terra crescida os homens entoam a vindima-
eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
Ao lado do espaço
E o coração é uma semente inventada
Em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
Tu arrebatas os caminhos da minha solidão
Como se toda a casa ardesse pousada na noite.
- E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
- não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
Os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
Correr do espaço -
E penso que vou dizer algo cheio de razão,
Mas quando a sombra cai da curva sôfrega
Dos meus lábios, sinto que me faltam
Um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
Que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram.


Herberto Hélder

16.4.05

ai....

que tédio!...
quero viajar, nadar, tirar fotos, torrar ao sol, andar por estradas, descobrir caminhos, abrir os braços ao vento, jolas geladas... quero férias desta coisa de estar parada no mesmo sitio tanto tempo!!
alguém se oferece para patrocinar uma viagem assim toda cheia das coisas aqui à amiguinha ja que n tenho o famoso "paitrocinio"...?!?

15.4.05

nenhum olhar

"Penso: nunca ninguém se lembra de procurar as coisas onde elas estão, porque nunca ninguém sabe o que pensa o fumo, ou as nuvens, ou um olhar."

José Luís Peixoto em "Nenhum Olhar"

finalmente...


casa da música, Rem Koolhaas

coisas boas para se verem!
quero tocar-lhe, sentir a luz e a cidade e as paredes frias, o espaço quente, quero estar, por lá...

14.4.05

granda SPOOORTING

ate chorei...

13.4.05

arte é isto, o reinventar da existência. música para os ouvidos, desconhecidos de si.

é daquelas coisas!

hmmm.... maio abril março fevereiro janeiro dezembro novembro outubro setembro agosto...

agosto/setembro... férias... sol... calor... festas....

está desvendado o porquê de TANTA gente fazer anos em Abril/ Maio...

ps- Parabéns Maggs, o teu dia é hoje... :D

12.4.05

a estreia


ontem fui ver os the gift ao lux: felomenal!! que presença, que voz.. e os ritmos tão loucos com que eles estão a serem os nossos pés e as nossas mãos. os ritmos a serem nós dentro de nós e nós nas danças dos ritmos, fenomenais!
mas o importante neste post é mesmo a estreia do meu novo tlm como maquina fotográfica diária no seu fantástico papel de dar para todas as ocasiões, todos os momentos, todos os lugares.
nunca pensei surpreender-me tanto com uma coisa destas.....!

11.4.05

"Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

por Vinicius de Moraes

obrigada

obrigada a toda a gente que me deu os "parabéns", :) a palavra mais ouvida neste dia. obrigada a quem veio.
fazer anos para mim é sempre uma sensação estranha! mas boa, enquanto não penso nos anos que passam e no que vai ficando para trás. boa, enquanto tudo o resto for a insignificância das coisas nossas ao pé das amizades boas que nos rodeiam. Que possa tornar-me uma pessoa melhor neste ano que vem, e é tudo.

"obrigada", :) a palavra mais dita neste dia...

9.4.05

coisas que não se gosta...

não gosto mesmo nada de organizar jantares de anos, para mim!
mas uma coisa é muito boa, ter os melhores amigos por perto
naquele abraço.

7.4.05



If "manners maketh man" as someone said
Then he's the hero of the day
It takes a man to suffer ignorance and smile
Be yourself no matter what they say

6.4.05

obrigada, mestres da minha vida! :)

(para nunca mais esquecer...)
Como dizia Fernando Pessoa:

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

ao som de 11.33

Ain’t nobody’s love that can help me. You could answer my questions and show your repentance, now that I’ve wasted my time, now I know more is less… I guess I’ll choose the logic way. Next time you’ll have time to think why love is a hard thing to keep, you’ll understand what I’m saying. I want to know how you’re bringing me so down. So try not regain my attention because it’s late for your useless redemption. I’ve wasted all my life and now my heart is a mess. I’ll choose the tragic way, and then, I’ll have time to think why foolish love is such a hard think to keep…

11.33 The Gift



5.4.05

buh!


(à la amelie poulin)
hoje estou mais ou menos assim...

o nome...

...do sr!
Jamie Cullum

coisa mai linda!!


...não é?? e vem cá!!!
Freeport de Alcochete, 23 de Abril as 21h.
EU VOU (ou pelo menos, gostava de ir...) quem é que alinha??

dobra do tempo


na dobra do tempo que inventamos
em meio à memória de sons e semitons
dormem a ternura o anseio
as palavras

a face do desejo
não adormece
sonha
sonhos loucos
a desprezar a mais pura das lógicas



silvia chueire

4.4.05

as televendas

durante esta noite, enquanto estive a trabalhar, fiquei a conhecer uma maquina fabulosa de fazer donnuts, e todo e qualquer tipo de equipamento de emagrecimento, incluindo máquinas malucas que nunca tinha visto na vida, até aquelas cintas que nunca emagrecem ninguém mas que eles insistem em dizer que sim. descobri que eles até têm conversas parvas entre eles, como se já não bastasse tanta babuseira que dizem enquanto tentam vender o produto... esta noite, enquanto trabalhava, tinha a tv ligada ja nem sei em que canal e segui as televendas até alguém do outro lado dizer bom dia num programa esquisito onde o entrevistador falava com um angolano anónimo e mandava bacuradas em todas as perguntas. acho que falavam de kizomba e de outras danças. nem me apercebi do tempo a passar e a ser dia outra vez, so quando os vendedores das televendas foram substituidos pelo barulho insurdecedor dos pássaros da primavera lá fora. uma coisa é certa, não há companhia mais parva e mais adequada a uma noite de trabalho do que as gloriosas televendas... é assim que se passa uma noite ao contrario.

3.4.05

é tão bom!

Vale a pena ver
castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto
pra dentro do barco
rumo à maravilha
e pé ante pé desembarcar na ilha
Pássaros com cores
que nunca vi que o arco-íris queria para si
eu vi
o que quis ver afinal

É tão bom uma amizade assim

Ai, faz tão bem saber com quem contar
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom pra mim e é bom pra quem tão bem
me quer

Vale a pena ver
o mundo aqui do alto
vale a pena dar o salto
Daqui vê-se tudo
às mil maravilhas
na terra as montanhas e o mar as ilhas
Queremos ir à lua mas voltar
convém dar a curva sem se derrapar
na avenida do luar


Sergio Godinho in
'os amigos do gaspar'

"Não Há Longe Nem Distância"

hoje li esta frase e pensei que ela não me podia ser mais familiar, não tenho bem a certeza mas acho que vem dos velhos tempos de escutismo... :) das fronteiras/obstáculos/problemas que deixavam de existir no primeiro passo de cada caminhada, na primeira palavra de uma entrega, no esticar o braço e fazer cócegas ao outro lado do mundo, de sermos todos tão parecidos e tão iguais, das nossas capacidades de fazermos de nós o que quisermos, de não haver longe nem distância numa amizade, na vida.

onde a li, seguia-se disto:
"Poderá a distância separar-nos realmente dos amigos?
Se quiseres estar com alguém, não estarás já lá?"

e gostei.

2.4.05

vazio

o Papa morreu e eu senti um vazio como já não sentia ha algum tempo. admiro a doce forma de ser, a irreverência, audácia, as vitorias na aproximação das diferentes religiões, o diálogo. as viagens e os anos de sofrimento em doenças interminaveis. admiro-lhe ter vivido até ao fim. admiro, a visão futurista de (nos) levar jovens à igreja. apesar de todo o conservadorismo (ainda que coerente) em relação aos divorcios, uso do perservativo, homossexualidade, admiro-o na herança que nos deixou de uma igreja católica em renovação, mas principalmente, de um ser humano capaz de regrar, motivar, comover e mudar opiniões de multidões nesta fase confusa e sem tempo, sem regras, do mundo. é de homens assim que a história da humanidade se constroi. e hoje perdeu-se mais um entre nós.
o mundo ficou 'ligeiramente' mais vazio. como eu.

1.4.05

...such a good man...


fotografia rumen koynov

"Tirei o dia para me comover
Sentir e não conter
Nada quero a salvo"

estou meia sem palavras e com vontade de deixar aqui qualquer coisa. fiquei triste quando se falou pela primeira vez na morte do Papa, acho que no fundo acabo sempre por levar a esperança até ao fim. mesmo com todas as inevitabilidades...

rezo. com o mundo. fique em paz.

este ano...


fotografia de Tomás Pimenta da Gama, "roubei-lhe"! ;)
é alguém que o marcou por lá.


...gostava mesmo era de ir a cabo verde!!

cheiro de verão

hoje cheirou-me a verão, literalmente. é cheiro que me faz lembrar do mar, mesmo que não seja o cheiro dele. da marginal azul. cheiro de vento parado e calor. cheiro do sol que demora nas ruas feitas das cores que cheiram a verão. é cheiro do céu colorido devagar. e calor. e mar. e mar. cheirou-me ao barulho das ondas. aquele da praia ainda vazia de primavera. a primavera vazia que cheira a verão e sol. aqueles alpendres amarelos torrados do fim da tarde que não sei se existem, mas são verão. voltou o cheiro do verão. (mesmo que os senhores do telejornal agoirem chuva para amanha!....:) eles sabem la o que dizem: uns energúmenos, como dizia o eduardo repetidamente nas suas aulas de código...)