7.12.04

esperar-te

"não me arrependo das horas que perdi a esperar-te quando ainda havia a esperança. a esperança que havia ainda quando, a esperar-te, perdi horas de que não me arrependo.

um instante na memória de chegares é mais valioso do que jardins. do que montanhas, do que anos de tempo.

arrependo-me de ficar ao sol, se sorrir, de esquecer que devagar passam os dias. os dias passam devagar, esquecendo-se de sorrir de sorrir ao sol e de ficar onde me arrependo."


José Luís Peixoto
in "uma casa na escuridão"


Este blog existe porque, entre outras influências, foi-me nascendo uma vontade de escrever e de escrever aqui.
Não sei ainda se vou ser lida, se vou partilhar este espaço.
Criei um blog, chamei-lhe todos os lugares. Porque me fala já de todos e de cada lugar, onde quer que esteja, o que quer que seja. Ontem, dia 6 de dezembro, fez 6 meses de uma data que me marcou intensamente. Uma dor que não conhecia. Num dia em que acordei feliz em juntar-me aos milhares e ver de perto o "deus" sting. Quis escrever sobre isso. Não sabia onde, nem como, nem para onde. Queria escrever à minha avó. espero-a, como no excerto acima, espero-a na esquina de todos os lugares, nos lugares de todos os dias. Queria dizer-lhe que me faz a falta da vida. Que me lembro de si todos os dias, avó. e que 6 meses sem si custaram a passar. mas o importante, a parte boa do que fica, a vida que me ensinou, a vida em sorrisos, e os sorrisos da vida, em qualquer parte de nós. avó, ate sempre.

Hoje acordei em Caetano...

Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção, corpo aberto no espaço
Coração
De eterno flerte
Adoro ver-te
Menino vadio
Tensão flutuante do Rio
Eu canto pra Deus proteger-te
O Havaí seja aqui
Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo eu desejo o teu desejo
Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Toma esta canção como um beijo