Ali Farka Touré.
este senhor não conheci numa música mas sim num filme: residência espanhola. confesso que não conheço muito da sua biografia a não ser que teve 11 filhos, que era presidente de uma câmara de uma cidadezinha nas profundezas do Mali e que o mundo do espectaculo não era o que mais o atraía. comprei o album que gravou em parceria com Ry Cooder, "Talking Timbuktu" e, apesar dos sons se poderem tornar um bocadinho repetitivos, ouvi este cd até à exaustão. este senhor tocava guitarra como ninguém. é um estilo de música do mundo que é do mundo porque tem o dom de nos levar a milhares de lugares que estão por dentro de nós e que nem conhecemos ainda. como se fechassemos os olhos e fossemos levados por ali, para aquele lugar novo, perdido no cantinho de nós e que é tão grande porque nos transporta para onde quisermos ou para onde os nossos sonhos ainda nem inventaram.
tive pena de não o ter visto no verão passado, porque veio cá e foi a última vez. morreu ontem, segundo ouvi hoje na rádio. mas é da imortalidade dos grandes nomes que vive a nossa história, e a música tem essa vantagem de tornar imortal quem a faz.
(ao som de talking timbuktu!)