20.1.08

rascunho

não cabes dentro de mim quando te tento guardar e fechar e esperar que passe, que me passes. e não cabes dentro de mim nem quando me esvazio do mundo e fico um espaço de ar a pairar, só a pairar; e sou ar e universo que se misturam num espaço infinitamente trágico, grande. grande.

17.1.08

(d)escrevo-me só: há uma liberdade azul no ar que vejo e nas cores que respiro.

15.1.08

"O que procuramos na acumulação religiosa dos testemunhos, dos documentos, das imagens, de todos os 'signos visíveis do que foi', é a nossa diferença, e 'no espectáculo dessa diferença o fulgor súbito de uma identidade inencontrável. Já não uma génese, mas a decifração do que somos à luz do que já não somos'."

10.1.08

"Há um imenso espaço vazio que me rodeia
Um espaço frio, fechado
Que é a ausência dos teus braços
Quando enleiam os meus.
Há uma porta que me fecha
Num lugar árido, gelado
Que é a ausência dos teus braços
Quando enleiam os meus.
Há a ausência de liberdade
Quando sozinha, sonho
Com a força dos teus braços
Quando me enclausuram nos teus."

ENCANDESCENTE

6.1.08

"Ai. Que o meu céu seria beber-te se tu fosses água. E todas as folhas de todas as árvores de nomes impronunciáveis, plantadas algures em cidades imaginarias, seriam a sombra dos dias que me sacia a fome de uma existência onde sou banal e carnal."

Paulo Ferreira