30.10.05

tenho saudades do azul da manha

tenho saudades do azul da manha.
e tenho saudades de alguns dos bons amigos:
maria, té, mafalda, ana, guida, ju, janica, cuca, bento, pedro (parabéns!!!!), jana, margarida, nekas, wicca, ines torres, pedro arriaga. pessoas que são parte de mim e das quais o tempo me vai afastando sem querer.
não quero. não vos quero perder. não me quero esquecer que os amigos são o melhor da vida. não quero ser mais uma máquina de trabalho e de tempo e sem memórias. quero dizer sempre que vos adoro, como adoro imaginar-vos nos vossos dias felizes. e quando vos mando abraços em silêncio. torço por voces. é porque a vida é um tempo que corre e leva tudo à frente. e nós corremos com ele, sempre à espera dos dias melhores, dias de tempo cheio amigos. são voltas imperfeitas de dias que não escreveria no meu livro. bom é saber que as melhores páginas são vividas com voces. desculpem-me o tempo que me foge sem que eu queira.
gostava de poder abraçar todas as pessoas que gosto todos os dias antes de dormir:
acordar a saber-vos felizes no azul da manha.

29.10.05

Signos a atravessar uma rua...

Porque é que o Carneiro atravessou a rua?
Certamente para ficar na tagarelice com alguém que estava do outro lado do passeio.

Porque é que o Touro atravessou a rua?
Ora, porque teimou que tinha de o fazer...

Porque é que o Gémeos atravessou a rua?
Se nem ele sabe, como é que eu hei-de saber?

Porque é que o Caranguejo atravessou a rua?
Porque se sentiu só e abandonado deste lado de cá.

Porque é que o Leão atravessou a rua?
Para chamar a atenção, aparecer na televisão, nos jornais, revistas, etc.

Porque é que o Virgem atravessou a rua?
Bem, atravessar, atravessar, ainda não atravessou porque
primeiro tem que medir:
a) A largura da rua.
b) A velocidade dos carros.
c) Se a experiência é válida.
d) Qual será a melhor hora para atravessar, etc.

Porque é que o Balança atravessou a rua?
Não chegou a atravessar. Pediu boleia e foi de carro.

Porque é que o Escorpião atravessou a rua?
Porque era proibido.

Porque é que o Sagitário atravessou a rua?
Porque é um senhor, quis e apeteceu-lhe.

Porque é que o Capricórnio atravessou a rua?
Na verdade ele estava era a tentar suicidar-se por atropelamento.

Porque é que o Aquário atravessou a rua?
Porque para ele representou uma experiência criativa que
trará incontáveis avanços tecnológicos no futuro da humanidade.

Porque é que o Peixes atravessou a rua?
Porque proporciona à rua o único momento interessante,
criativo e cheio de acção.

26.10.05

as pessoas felizes são mais felizes.

estou a trabalhar no hospital amadora sintra. fazemos inquéritos a quem sai de algumas consultas ou de internamentos ou de urgências. e estar lá todos os dias implica conhecer de cor aquelas paredes e as estórias que as fazem. as pessoas que as trazem. aprendi ou reforcei que: os médicos em portugal, no geral, são óptimos e incansáveis; para um médico ou um enfermeiro ou um auxiliar é quase tão (ou mesmo mais) importante ser boa pessoa do que saber demais da profissão; há pessoas (a maior parte velhinhos que estão sozinhos) que são dependentes de hospitais e de médicos; os portugueses nunca estão satisfeitos com nada, mas raramente se mexem para tentar mudar alguma coisa; adoro velhinhos queridos; trabalhar é bom, vida de hospital cansa fisica e psicogicamente.
depois, quando estou cansada e só me apetece ir embora, aparece-me alguém com um sorriso na cara, por mais doente ou no pior estado que esteja, a vida é mais fácil assim. as pessoas felizes são mais felizes.

24.10.05

"Les Poupées Russes"



na sequência da Residência Espanhola: "As Bonecas Russas", próximo filme a ver.... :)

22.10.05

era aqui...


(quando desenhei a té)

21.10.05

gosto


quando os dias são assim




(P A R A B É N S MARIA!!!!!! és a pintarolas da minha vida! :))

20.10.05

Traduzir-se




Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


Ferreira Gullar

17.10.05



O tamanho do teu nome
Quase já não se nota
Na estrada onde caminhas
Já não sei onde mora
A cor do sol
Pela estrada onde caminhas
As curvas entornam-nos
Sucessivamente.

Daniel Faria

dilema do dia:

o que é um espaço público?
o que é um espaço privado?

(são assim as aulas de quem quer ser arquitecto...)

12.10.05


era disto que me apeteca hoje...

11.10.05

"sacerdotes sacertodes raeeeza raeeeza".

o B. era como se fosse uma criança que nunca tinha crescido nem devagarinho como nós. eu gostava disso nele, era como um peter pan, tinha o brilho nos olhos dos sonhos imensos por realizar. o B. era um dos irresponsáveis mais responsáveis que eu conheci na minha vida. conheci-o nos escuteiros. e hoje chorei as lembranças boas da sua vida em mim. veio-me à memória um acampamento de agrupamento onde fui da equipa dos sacerdotes em que o B. também fazia parte. o nosso grito. as noites. o riso. aquele ultrapassar saudavel das regras que nos dava o friozinho na barriga. a amizade. acima de tudo. para mim, a importância de conhecer pessoas boas, boas pessoas. saber que elas existem. aprender a ser melhor a cada dia. o B. era uma delas e está lá, quando acontecem as melhores lembranças da vida. quando penso na razão de exitir.
e desaparecer assim uma pessoa como o B., incompreendida pelos seus olhos de peter pan, tão novo de vida e tão cheio de ser boa pessoa, faz pensar. e pensar na morte tem sido cada vez mais normal. porque quando crescemos os outros também crescem e vamos deixando de ser imortais e os outros também. e há os que deixam de estar para sempre e isso custa e vai-nos marcando nos passos que nos fazem crescer. mesmo quando não se quer. mesmo quando crescer implica deixar um bocadinho dos sonhos para trás. o B. nunca cresceu e era feliz.

quando fecho os olhos ainda o vejo, ruivo despenteado cheio de sardas com vontade de viver. o B. tinha um cão que se passeava pelo estoril e ia ter com ele a todo o lado. nem que para isso fosse preciso apanhar um comboio... é assim que o vejo, com o seu cão de estimação, a passearem despenteados pela nossa terra.
vou-te ver assim para sempre dentro de mim, B.

"És o tempo que passa e que voa,
Num instante melhor;
És o "adeus" que partilhaste que magoa
Para lá do que ficou.

És a esperança do olhar que procura,
Um gesto de amizade;
És o fogo, o calor e a ternura,
És Homem de verdade."


do cancioneiro do CNE

9.10.05

ah ah ah

este país é UMA PIADA:
felgueiras. Fátima Felgueiras
oeiras. Isaltino Morais
gondomar. Major Valentim Loureiro

8.10.05



O Teu Olhar ficará nas minhas mãos esquecidas
onde ninguém se lembrará de o procurar


José Luís Peixoto