20.1.05

lugares que são abraços

aprendi contigo que há lugares que são como abraços. tenho a certeza que amanha vais inaugurar mais um abraço no mundo. feito por ti, contigo lá. tu e nós. daqui, imagino as coisas espalhadas pelo chão, coisas e pessoas (como em casa da té), a ella fitzgerald lá ao fundo a cantar só para nós. um dvd que se revê. nós a chegarmos devagarinho e de repente estarmos todos e faltar alguém. quando fui à tua casa, antes de ser aberta oficialmente ao publico, tinha cheiro a tinta e paredes brancas, pintadas de cima a baixo, com pressa. tinha um armario por forrar, não sei porquê mas tenho a impressão que é das partes mais bonitas da casa, agora. pensei: a casa tem momentos que se deixam acontecer. a casa tem momentos mais antigos que as próprias paredes que a suportam. a casa tem uma magia so dela, memórias cravadas no chão e em toda a parte, e futuro escrito nas salas nascidas de ti. gostei das namoradeiras, à antiga. quando fui, imaginei como seria habitada por ti dali a uns tempos. imagino como estará agora. a casa que é nova e antiga e que é tão tua que não podia ser de outra pessoa. agora, adivinho: tem cores quentes e chão. sabe a abraço.
ensinaste-me que há lugares que são como abraços, como se uns pudessem ser e outros não. e é assim com quase tudo. mas há uma coisa que não sabes, tenho a sensação que todos os lugares que são teus não podem ser outra coisa senão abraços, apertados no fundo das melhores memórias. Boa sorte.