18.4.05

ausência



as minhas mãos que te escrevem a desenhar o mundo.
as minhas mãos. as que te escrevem onde te sentas no silêncio dos dias.
o que percorre de ti nas palavras livres
quando és passo a passo dos passos meus.
as minhas mãos e as palavras.
e o que te escrevo no silêncio de nós,
no olhar. nas sombras dos passos a serem teus.
o que te escrevo quando me olhas em silêncio
e olhos dos outros são nada. quando me olhas intacto e
o mundo não desconfia.
as minhas mãos inteiras cruas a escreverem palavras
soltas, inteiras nuas. as tuas.