18.4.05

ausência



as minhas mãos que te escrevem a desenhar o mundo.
as minhas mãos. as que te escrevem onde te sentas no silêncio dos dias.
o que percorre de ti nas palavras livres
quando és passo a passo dos passos meus.
as minhas mãos e as palavras.
e o que te escrevo no silêncio de nós,
no olhar. nas sombras dos passos a serem teus.
o que te escrevo quando me olhas em silêncio
e olhos dos outros são nada. quando me olhas intacto e
o mundo não desconfia.
as minhas mãos inteiras cruas a escreverem palavras
soltas, inteiras nuas. as tuas.

2 comentários:

maria disse...

As tuas palavras são as mais bonitas de todas. Quando encontro essa ausência de aspas, sei que vou ler-te a ti, sei que são os teus passos os que vou encontrar. Esse teus passos aqui são tão bonitos. Gosto tanto.

disse...

hoje acordei com um sentido de ausencia em relação aos blogs. pensei naqueles víruas que às vezes aparecem, ou então que o blog ficava tão tão grande tão grande que simplesmente desaparecia. isto foi nos primeiros segundos depois de acordar, por isso talvez tenha sido o rasto de um sonho. e pensei no meu blog, no teum num que temos todos. " não pode ser, isto é um lugar onde eu vou!!não pode desaparecer assim!!depois vou onde?vamos?"
ainda bem que venho ao mesmo sítio par te encontrar e estás aqui. e há um lado teu, nas palavras, nos gestos, no que desenhas, que se sente de olhos fechados, quando falas pouco, ou no teu sentido de humor. um universo inteiro dbaixo de uma pele clara que é mto mais que espaço sob a pele. é cheio, inteiro. e não o vais perder nunca.