9.12.04

lembrei-me da aquarela!

Aquarela

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Com o lápis em torno da mão imito uma luva
E se faço chover com dois riscos tem um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu

Vai voando, contornando a imensa curva norte-sul
Vou com ela, viajando Havaí, Pequim, Instanbul
Pinto um barco a vela branco navegando é tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens, vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta, colorindo com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo serendo e lindo e se a gente quiser
Ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América à outra eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço um mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda a nossa vida
E depois com vida ___ ou chorar

Nessa estrada, não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe ao certo onde vai dar

Vamos todos juntos numa passarela de uma aquarela
Que um dia enfim descolorirá


Toquinho e Vinícius de Morais

infância ameaçada

Se tivesse já descoberto como é que se põe fotografias num blog, este post seria só uma fotografia. escolhia o sorriso de uma criança. um qualquer. as crianças têm a essência do que é puro, não há sorriso que não traga estampado o sentimento.
Hoje foi lançado um novo relatório da Unicef, mais uma vez assustador. é nestes momentos que penso no meu egoísmo quando os meus problemas se põe à frente destas causas. não há morte mais triste do que a de uma criança. (e à fome?!) todos os dias morrem millhares de crianças no mundo-assim. saber disto é um começo. o resto vem de cada um. e eu gostava tanto de poder ajudar. Hoje apetecia-me, só, estar lá a dar-lhes colo. aos que estão sozinhos e com frio, com fome, entre guerras. as guerras que nem eles, nem nós, sabemos o porquê de existirem.

“... to me, a world fit for children is when everyone begins to find the child in them. I am a child...everyone has definitely been children before... a child sees no colour, race or religion! … if the world was like a child... that world would definitely be a wonderful place to live, a place fit for all humanity to live!!...” girl, 16, Malaysia http://www.unicef.org/sowc05/english/index.html

"Don't Worry, Be Happy!"

Bem... que bom ter visitas!... estava tão reticente em partilhar este blog. (experimentem só fazer um, é um vicio!) Maggs, as tuas palavras são a essência, sempre e sempre. Joao e Té, um must! Obrigadinha. Cheguei agora de um jantar animado de familia. entre as partes que vou guardando na memória de sempre, ultimamente tenho tirado "fotografias" de quase todos os momentos com o meu avô. Razões obvias. Parece que nele se duplicou qualquer coisa. incluindo a fragilidade. são doces as fotografias, tons neutros, com cheiros de abraços fraternos. No carro, quando iamos para o jantar, tocava uma música que me fez pensar (a não pensar), que tudo ficará bem... "Listen to what I say in your life inspect some trouble When you worry you make it double (...)"