cheguei agora a casa.
há um silêncio que custa, é o mesmo silêncio de quando se vem de uma discoteca e o silêncio de casa é um silêncio ruidoso que não deixa ouvir o silêncio silêncio, aquele silêncio que precisamos porque: não sabemos porquê? é esse mesmo. está comigo agora. conheço-lhe todas as partes de cor. como conheço de cor as músicas deles: não que seja fã de ouvir a toda a hora, mas que seja fã de ouvir à hora certa, de entrar todo o som inteiro e ficar ficar e soltar e saltar. vim agora do Olga Cadaval. fui ver os The Gift. adoro. adoro sabê-los auto-didactas, e adoro a humildade e falta de arrogância com que nos dão, a quem ouve e compra e vai, tão boa música. adoro o ruido perfeito na imperfeição das formas que pintam as particulas do ar que vai deles aos outros. adoro os saltos e as danças da Sonia. os ténis. voz. saltos. presença. voz. dentro da voz: voz. voz que vem de dentro. gostei imenso do pano a cair teatral. adoro a forma repetida do John dançar ritmado musico-estilo papagaio?... adoro o Nuno naquele segundo em que vai começar a cantar lá em cima de alguma coisa grande: também gosto quando canta e quando dança e quando de repente faz tudo o que é preciso. adoro os The Gift alternativos sem o serem! Adoro a Sónia e o Nuno quando se juntam ao Rodrigo Leão. hoje, as luzes estavam perfeitas- mesmo que nunca tivesse ido a nenhum concerto deles, acho, não sei porquê, que hoje foi especialmente especial. adoro alguns dos videos naquele ecrã que parece vindo directo do matrix. adorei o som, adorei ouvir pela primeira vez uma música portuguesa deles ao vivo, e adorei porque a música é optima, porque há um silêncio que nasce dela e a faz timida e deseperadamente fabulosa. odiei duas pessoas que falavam alto lá atras enquanto se cantava perfeito lá em baixo. gostei de acabar aos saltos na batida certa-acho que era a certa. enfim... está perto da perfeição, o espectáculo.
adorei tudo: "lindos meninos, portaram-se mesmo, mesmo, bem!" :)