"Ela gostava de fios. Fios tecidos sem dizer. Invisíveis. Às vezes visíveis. Fios de seda. Ou algodão. Fios como riscos em folhas brancas. Ou gotas de chuva que escorrem no vidro. Fios de desejo. Ou de saudade. Fio de prumo. E do horizonte. Um fio de lã vermelha a percorrer um livro. Um fio de água a matar-lhe a sede. O fio de Ariadne. O fio de uma vida inteira. No fio da navalha. E a vida dela por um fio..."
Abel
20.7.06
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