14.7.08

silencio

esse silencio oco denso vazio escuro das palavras que se dizem que se sentem que se rasgam e se procuram
(faz-me pequena grande sonhadora do mundo das palavras que não se dizem.)
faz o tempo ser maior faz o medo ser maior faz as mãos tão poucas para segurar
inteiro
azul
fundo
pesado
o silêncio das palavras
todas
que se dizem

6.7.08

prima desbloquear
seguido de *

2.7.08

"pois na cama, já no escuro, transportava-me às histórias que pressentia, aos reinos do maravilhoso onde tudo era possível, e eu era possivel, senhora do poder e do prazer, sereia, bailarina, dona de palácios e enormes jardins, voadora."

"Que Força É Essa"

Madalena Barbosa

1.7.08

amendoa

por ti vivo e ninguém pensa.

15.4.08

"há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos."

Oscar Wilde

9.2.08

não há melhor maneira de nos encontrarmos senão confrontados com um vazio mais fundo, nós, com o vazio mais fundo.
há um desespero qualquer que se apodera por segundos. as vezes consigo faze-lo libertar-se e esvair-se no meio dos pensamentos. queria saber não pensar e não sei, nunca sei, qual é o limite. desespero-me não sei viver senão ao contrário.

20.1.08

rascunho

não cabes dentro de mim quando te tento guardar e fechar e esperar que passe, que me passes. e não cabes dentro de mim nem quando me esvazio do mundo e fico um espaço de ar a pairar, só a pairar; e sou ar e universo que se misturam num espaço infinitamente trágico, grande. grande.

17.1.08

(d)escrevo-me só: há uma liberdade azul no ar que vejo e nas cores que respiro.

15.1.08

"O que procuramos na acumulação religiosa dos testemunhos, dos documentos, das imagens, de todos os 'signos visíveis do que foi', é a nossa diferença, e 'no espectáculo dessa diferença o fulgor súbito de uma identidade inencontrável. Já não uma génese, mas a decifração do que somos à luz do que já não somos'."

10.1.08

"Há um imenso espaço vazio que me rodeia
Um espaço frio, fechado
Que é a ausência dos teus braços
Quando enleiam os meus.
Há uma porta que me fecha
Num lugar árido, gelado
Que é a ausência dos teus braços
Quando enleiam os meus.
Há a ausência de liberdade
Quando sozinha, sonho
Com a força dos teus braços
Quando me enclausuram nos teus."

ENCANDESCENTE

6.1.08

"Ai. Que o meu céu seria beber-te se tu fosses água. E todas as folhas de todas as árvores de nomes impronunciáveis, plantadas algures em cidades imaginarias, seriam a sombra dos dias que me sacia a fome de uma existência onde sou banal e carnal."

Paulo Ferreira