2.3.05

os melhores amigos do mundo!


fotografia castelo de vide, 2004


... quando era pequenina, entre as coisas de criança, entre ser bailarina e policia, médica e pintora, bombeira e jornalista, queria ter uma profissão que ainda hoje não sei qual é: queria fazer um mundo melhor, como se na altura soubesse o que isso era, melhor que hoje, tão simples a simples forma de ser criança. acreditava que um dia ia conseguir ajudar os pobrezinhos todos, acho que porque me fazia uma confusão dos diabos "porque é que eles não iam levantar dinheiro, se aquela maquina dava sempre dinheiro a toda a gente!", sonhava com os meninos que estavam na guerra, sonhava que os levava a passar ferias a todos, ferias da guerra, porque estavam lá e não queriam e choravam e tinham fome (ainda têm, não os mesmos, talvez os filhos, dos mesmos), acreditava, não sei bem porquê, que um dia, um dia, ia conseguir ser alguém, alguém que ia ajudar, (sempre "me achei")! como se pudesse mudar o mundo com estas duas mãozinhas...
hoje continuo a acreditar nesse sonho "de criança". continuo a não saber qual é a profissão, mas começo a acreditar que se chama "ser" humano e que é trabalho a tempo inteiro. que se chama existir. como amigo, desconhecido, "inimigo", perto, longe, perto, perto, perto dos outros! hoje tenho dias em que consigo fazer o trabalho que sonhei a toda a hora. cresci, sei la como. devo-o, claro, pela força que (re)carrego nos seus sorrisos, como tantos outros sonhos e saltos, aos melhores amigos do mundo, os que tenho nos abraços que levo comigo em toda a parte. quando construo sonhos reais ou imaginários, quando sou útil e ser humano, quando sou pequenina à procura do que sonhei ainda mais pequenina, em toda a parte em todo o tempo. os melhores amigos do mundo!

um abraço para quem são, Pipa

ps- hoje sei, também, e também por voces, que um sorriso é muitas vezes mais importante que todo o dinheiro e tantas palavras, quando queremos ser assim, "humanos" a tempo inteiro...