11.12.04

encontros e desencontros

ontem falava com a jana sobre encontros e desencontros. (fiquei a pensar na nossa conversa, jana!)
chegamos a uma idade em que começamos a ser perseguidos pela nossa falta de tempo. nessa altura, começamos a ter a dificil tarefa de fazer escolhas. fazer escolhas. escolhas de tempo. escolhas de caminhos. escolhas, inconsciêntes, de amigos. nessas escolhas, há quem fique para traz. há quem fique ao lado. há quem se desencontre para depois se encontrar.
gosto de pensar, sempre pensei assim, que todos os encontros que tenho, todas as pessoas que passam pela minha vida, se passam, é porque têm alguma coisa para trocar comigo. dar e receber. guardo de todos os amigos que ja tive, que ja passaram pela minha vida, recordações: coisas que aprendi, gestos, palavras, expressões, tiques, vicios, vozes e risos. guardo aquelas pequeninas coisas que nos apaixonam. e há os que vão passando entre promessas de mais um encontro que não vai existir. desencontro. e doi. mas a vida a vida é feita destas coisas. fica a saudade, e fica a certeza de que não podia ter sido de outra maneira. como a jana me disse, sabe muito bem, nestes casos, voltar a encontrar quem ja se desencontrou.
Há também os amigos de sempre. diferentes. os amigos de sempre são os amigos que ficam de certeza em todas as certezas e em todos os tempos. mesmo que os tempos nos façam pensar que até podemos estar em desencontro. os amigos de sempre são segurança e força. conhecem-se como a palma das suas mãos. tenho o previlégio de ter alguns bons amigos de sempre. aqui da minha terrinha. algumas amigas que são para sempre. temos historia em nós. e cumplicidades que conhecemos quase melhor que a nós mesmas. temos coisas de miudas e rebeldias que hoje são de rir. temos vontades, hoje diferentes. sempre acreditei que os amigos de sempre não se desencontram para sempre. há uma essência diferente. tenho uma amiga de sempre que adoro. amo. é uma amiga que eu sei que vai ser para sempre. tenho desde a nossa altura de maior cumplicidade o nome dela no meu telemovel como "Best Friend" (coisas de miudas!!). e será impensavel para mim muda-lo, será impensavel para mim deixar de acreditar que é para sempre. mesmo que hoje nos vejamos tão pouco, mesmo que os caminhos teimem em ser diferentes, mesmo que as promessas de cafés se arrastem entre tempos desencontrados.
Pensar que nem os amigos de sempre duram para sempre é a parte que mais custa. o durar para sempre é uma certeza que temos quando vivemos no meio do tempo que acontece. como as paixões. para sempre é sempre pouco. mesmo as grandes amizades precisam de viver, de se alimentar, de dormir e de respirar. precisam que o tempo passe por elas e deixe marcas.
encontros e desencontros de nós com os outros e de nós com quem somos nós próprios, são sempre momentos e lugares que guardamos. tudo o que passa fica, pelo menos, intacto na memória.

entao vá, upa!

tenho andado assim com a mania que sou poeta, inspiradota! coisas de artista! hoje não estou artista. e ter um blog é fantastico por isso, é nosso, podemos fazer o que quisermos sem ninguém nos chatear. quem manda aqui sou eu! :)
não gosto de resmungar, mas este mundo está perdido!! costumo ver o extase ao sabado na sic, por uma questão de horário e porque, normalmente fazem-me rir, aqueles cachopos!! gosto do ar sério da joana cruz a dizer as maiores babuseiras ou a gozar com as pessoas mais sérias. mas também acontece aparecerem as pessoas mais estranhas, aquelas que nos dão a certeza que este mundo está mesmo perdido! passou agora uma rapariga com umas asas de borboleta nas costas. a joana cruz perguntava-lhe, "para que é que servem essas asas?" ao qual ela respondeu- "para voar!" joana, com cara séria-"então vá, upa!"
upa é magnificoo! é daquelas expressões que fazem parte desde sempre e não sabemos muito bem de onde vêm! faz lembrar.... nem sei bem o quê! (pois é, hoje não estou inspirada! :))

"coisas boas"

A casa da té tem o barulho dos passos apressados do tobias. gosto tanto da casa da té! Tem cheiro a abraço e sabor a amizade. tem chocolate quente e música. Normalmente, quando lá vou, tem-nos a nós. deitados no chão, arrastados das vidas, cansados, e felizes. conseguimos deixar penduradas na porta as coisas do dia, da vida. a casa da té tem música. tem paz. tem o movimento de lisboa, ali ao lado. e tem paz. é um lugar dos nossos, e chegar a casa da té é chegar a casa. vinho e cervejas, viola. A casa da té tem uma luz só dela, tem uma cor só dela. o quarto da té é chão. são os passos de cada um nas histórias de si mesmos. são as caras conhecidas espalhadas em fotografias espalhadas pelo chão do quarto da té. Há sempre alguém para chegar na casa da té. e um café à espera. há sempre um abraço apertado. Gosto tanto quando a maria canta aquelas coisas esquesitas da prima bi. não há vizinhos de baixo. o barulho é o reflexo de nós, sempre com dias diferentes. a janica tem uma coisa fabulosa, consegue ter piada nas situações mais obvias, adoro isso. adoro as expressões que ela usa até se gastarem, estamos na fase da "burra! burra! burra!", e adoro. adoro ouvi-las ali. dentro do nosso calor. quando nos rimos das coisas mais parvas como se tivessem a maior piada! gosto de nós por lá, no chão e em qualquer lugar. de vos olhar e pensar que cada um são alguns pedacinhos de mim. (os outros estão noutros lugares!) levamos sempre connosco as coisas boas uns dos outros. a porta devolve-nos a vida lá de fora, o frio, os trabalhos. mesmo assim, não se sai como se entra. levamos uma paz diferente, levamo-nos a nós diferentes e a mais histórias, músicas, combinações, abraços, "coisas boas".