23.3.05

Piada Ribeirinha II

Havia um homem tão pequeno, tão pequeno, mas tão pequeno...
que em vez de andar de metro...andava de milimetro..... eheh!

once and again

o episodio de hoje do Começar de Novo falava da doença de alzheimer. a velhice assusta-me imenso. não sei se por medo ou por preguiça. medo de crescer e envelhecer e medo de ver os outros envelhecerem à minha volta. medo de perder a lucidez. medo de ver os meus pais perderem a lucidez. por outro lado, acho que faz tanto parte do rio da vida essa coisa de ser filha, ser mãe, e voltar a ser filha e mãe. assustador e ternurento. essa parte de ter de cuidar dos pais, dos velhinhos que conhecemos novos e fortes e adultos e imagem do nosso futuro, exemplos de vida. (fez-me chorar este episodio.) sei la, a velhice mexe comigo. talvez por estar acostumada a conhecer-lhes a solidão sem memórias certas. fico a ler essas bibliotecas tesouros que eles são, mesmo na falta de lucidez, as tatuagens histórias gravadas em cada ruga. e também, quando vejo a fragilidade nos ossos frágeis memórias doi-me qualquer saudade cá dentro do que foram, que conheci, que alguém conheceu e gostou. doi-me e deixa-me feliz por eles ainda existirem ali olhos vivos pessoas palavras à minha frente.
quando vi a lily pedir à mãe para ficar em casa dela para poder cuidar dela porque queria cuidar dela (a mãe da lily morava sozinha e está a ter sintomas de alzheimer), quando vi a lily abdicar da vida passifica e da vida que era de mãe porque só tinha filhas continuar a ser de mãe porque a mãe dela precisa agora de cuidados de mãe, chorei. porque isso é humano, mesmo que em filme ou série, sei que acontece por aí e ainda bem que é assim que há gente assim, como a "lily". mas nem tudo é tão facil assim, quando não há casa dos filhos há os lares e aí a ternura é outra... agradece-se às auxiliares de todo o mundo o carinho enorme que têm com estes velhinhos que não se lembram nem do proprio nome, nem da vida que é vida e é a deles, nem de ninguém nem do que foram nem do que são, nem so futuro escondido atrás da porta que não se lembram.
o episodio de hoje acabou bem, como sempre. a mãe da lily aceitou morar com ela e agora devem estar umas 10 pessoas na mesma casa que não é assim tão grande mas tudo se resolve e também, em séries americanas tudo é possivel claro, a vida impossivel torna-se o dia a dia mais banal!