terra.
quando escreveste o conto eu era ainda mais pequenina. tinha acabado de perder a minha avó e com ela uma parte importante da minha infância e do meu crescimento. dedico-o eu a ela. porque é segura a memória inquieta com que a trago. ainda a choro nas noites frageis. ao ler-te, vem-me à lembrança as suas mãos ternas, as que me agarravam a alma como ninguém nunca fará, as mãos que me construíam e juntavam os pedaços dispersos de uma adolescência firme a existir por baixo do que cresço nos dias (as mãos que me ensinaram a vida, são os meus pés no chão, raízes na terra). e que me educavam. e choro o chorou que afinal não secou, que não é passagem do tempo tempo devagar e lento, como pensei.
(habituei-me à sua ausência, choro a sua falta.)
obrigada Jorge, por (de certa maneira e em mim) imortalizares alguém que, desconhecida do mundo, foi a mulher mais forte, a pessoa com o maior coração que conheci nesta minha vida.
2 comentários:
Sinto o mesmo em relação à minha e à falta que ainda me faz. Já aceitei que vai ser sempre assim... Houve um café no Rossio, nosso com o Jorge... Era este o livro não era?
não, este é novo, saiu agora! :)
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