Mifá
Há um lugar onde esta música me leva. Chama-se estrada. Algures entre Lisboa e Braga. mais do que um lugar, leva-me a cores e a gentes. (As minha gentes!) Não a conhecia senão quando a Mafalda Veiga a cantou em concertos. Aqueles onde o Jorge Palma urbano e errante se mistorou com a voz doce e quente da Mafalda. Há a estrada que nos foge e é tão nossa, a paisagem efémera, há as viagens pelas amizades que se constroem nestas cumplicidades. Mifá. Sei que nunca me vou esquecer do cheiro daquela viagem, das cores e de nós mergulhados na música, repetidamente. da Té, repetidamente. Mifá. de Braga que se molda aos nossos sentidos e se torna no lugar perfeito.
"Mifá
É de um comboio que eu te escrevo,
Mifá
São os teus olhos que eu levo,
Mifá
Dentro dos meus
Vê lá tu
Mifá
O amor nem sempre é brincadeira,
Mifá
Quer a gente queira ou não queira,
Mifá
As coisas são mesmo assim
E toda esta conversa
É só por tu teres vindo comigo
Por termos conseguido chegar juntos ao ninho
Por esses momentos em que eu
Não fui sózinho
Mas depois foi a bagagem
E o inevitável adeus do caminho,
Mifá
Tem cuidado contigo
Mifá
Não vou soluçar por ti,
Mifá
Mas tenho um espaço vazio aqui,
Mifá
No meu coração
Vê lá tu
Mifá
Solamente una
Dói se pensarmos que
Isto é o fim
Mas resta sempre
Alguma coisa
E toda esta conversa
É só por tu teres vindo comigo
Por termos conseguido chegar juntos ao ninho
Por esses momentos em que eu
Não fui sózinho
Mas depois foi a bagagem
E o inevitável adeus do caminho,
Mifá
Tem cuidado contigo
E toda esta conversa
É só por tu teres vindo comigo
Por termos conseguido chegar juntos ao ninho
Por esses momentos em que eu
Não fui sózinho
Mas depois foi a bagagem
E o inevitável adeus do caminho,
Mifá
Tem cuidado contigo"
Jorge Palma
2 comentários:
senti a tua dor.o tempo rolou.houve braga. fomos d comboio.hj vi a pasta d dentes q usámos.fez-nos rir pq sabia mal,era a única no super qdo fizeste as compras p a viagem.entre ida e volta encontrámos o palco onde a Mifá dançou.foi d1 comboio q o Palma lh escreveu."Vê lá tu."
Té
por palavras. não as outras, mas por palavras lembro-me das primeiras que trocámos. era um lugar distante dos dias, quando os nossos nomes ainda não tinham cara. nem abraços, nem as estórias que conhecemos depois. era na Galé, também ainda só minha. na Galé da descoberta e do tempo nascido sem esquisso, de tão perfeito. onde não entornámos de novo a nossa presença, mas que ficou em nós para sempre. nas costas dos adeus geram-se as certezas maiores, crescem por nós as memórias exactas, fruto da alma que as depura. e tornamo-nos irremediavelmente inseparáveis. por palavras vieram a música e os lugares. Braga, Alentejo, o chão de casa ou o da rua. todos os lugares. onde saber-nos é saber bem. todos os lugares. xxx Maggs
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